terça-feira, 6 de outubro de 2009

Miles Davis, The Bird, os blues e o jazz... A "Ladies do Jazz"...E os outros?


the Bird
















































Jazz, Jazz, Jazz...
Miles Davis ? As "ladies do jazz"...
E os outros?, pergunto eu. Há sempre um nome no jazz a descobrir ou a querer voltar a ouvir.
Lembro-me que foi a minha filha que me ensinou a gostar de jazz e dos blues.
Estava em S. Tomé nessa altura. Não havia electricidade a maior parte do dia, pelo menos durante algumas horas, ou porque o barco que trazia o gasóleo que vinha de Angola se atrasara, ou porque na Central, a EMAE, se gastara o combustível antes do tempo previsto. Tudo podia acontecer e, normalmente, eram os “cortes” e o chamado “plano do corte! Que variava de zona para zona conforme os dias: corta aqui e não corta ali, hoje há no bairro deste e não há no bairro daquele: um inferno e uma “luta” titânica diária para conseguir ter a luz...

Para evitar sofrimentos inúteis, como tentar ouvir os CDs na aparelhagem própria, e, claro, estragar os mesmos com o “corte” súbito, arranjei um aparelho portátil, a pilhas, com rádio e cassettes... E aí ouvia a minha música.
Todas as semanas, a minha filha mandava, por mala diplomática, 3 ou 4 cassettes gravadas e ... as pilhas.
Comecei por ouvir a "escolha" dela...
E passei a ouvir muito jazz. E, logo, aderi ao jazz. Assim chegaram a S. Tomé as maravilhosas “Ladies do Jazz”: Billie Holiday, Ella Fitzgerald (a força da voz dela e a sua alegria de viver acho que conseguiriam trazer qualquer morto à vida!), Sarah Vaughan e Dinah Washington foram as embaixatrizes que me mandou.
Hoje ao ouvir esse CD, vêm-me de repente à memória os cheiros de África, o barulho lá fora no meu jardim, o calor abafado da estação das chuvas, e o fresco perfumado da Gravana. As “ladies” ficaram ligadas a tudo isso. E à Milly, ao Nini, à Dáy e ao meu cão Zac, deitado a meu lado no sofá, a ouvir jazz comigo e a fazer-me aquela companhia fantástica e a ternura que só ele sabia dar...
Depois, chegou o Chet Baker, o Miles Davis, o Count Basie. Foi outro deslumbramento. Pelo meio, chegou também as vozes de Marvin Gaye e Stevie Wonder.
Mais tarde, foi o meu filho que me trouxe Dexter Gordon e “Round midnight”, Wynton Marsalis e John Coltrane.
A seguir, fui eu que continuei sozinha a descoberta.
Em Israel, havia uma loja de música jazz, maravilhosa, na rehov Sheinkin, onde se encontrava tudo o que era imaginável.
E passei a conhecer assim Herbie Hancock, Johnny Hartman, Coleman Hawkins, Curtis Mayfield (outra vez a minha filha…), Oscar Peterson, Lionel Hampton, Johnny Hamilton e o inesquecível, doce “Bird”, Yardbird, Charlie Parker que morre aos trinta e poucos anos, e The Cole Porter songbook. Para não falar de Louis Amstrong ou Lester Young ou Duke Ellington que sempre conheci.
E, mais tarde, veio Diane Krall...
Esqueci alguns? Tem de ser... A lista não teria fim... Ouçam, por favor.

















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