sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

As Três Graças de Lucas Cranach, o Velho, no Louvre ou A Beleza...


As Três Graças de Cranach, hoje propriedade do Louvre

É uma pintura do artista alemão, Lucas Cranach, o Velho, e é considerada uma das obras-primas do Renascimento. Lucas Cranach, auto retrato


Tema muito tratado (lembro as Três Graças maravilhosas de Boticelli, no quadro "Primavera") o das “três graças” simbolizava a harmonia, uma certa forma de pureza, de simplicidade, contra a luxúria.
“O quadro de Cranach, ao colocar no centro da pequena tela, uma jovem de chapéu vermelho emplumado introduz uma visão original e singular neste tema." (wikipedia)

Trata-se de um quadro de pequenas dimensões, pintado em 1531, no qual três jovens nuas exibem a luminosidade e a beleza da juventude sobre um fundo sombrio.

Os proprietários da obra -desde 1932- confiaram-na ao Museu do Louve há já vários anos.

Em 2010 decidiram vendê-la, propondo ao Museu o preço de 4 milhões. O prazo para o comprar seria a data 31 de Janeiro de 2011.

O Louvre e alguns mecenas reuniram a soma de 3 milhões. Faltava apenas arranjar o milhão restante.

Decidiram, então, em 13 de Novembro, propor aos particulares que ajudassem, com o que pudessem, a essa compra.

Lançaram pois uma subscrição via internet...
O que é engraçado é que 5.000 particulares corresponderam ao “pedido de ajuda” e o Museu ontem comunicou que estava reunida a soma que faltava.
“Os doadores mobilizaram-se pela França inteira e até no estrangeiro”, diz uma fonte ligada ao Louvre.
Entre 1 euro e 1.500 euros, cada um participou com a sua dádiva. A média foram os 150 euros, muitos deram 50 euros, outros pequenas somas de 1, 2 e 5 euros.

Em troca desta generosidade espontânea o nome deles vai ficar inscrito ao lado do quadro cuja apresentação ao público vai ser de 2 de Março a 4 de Abril de 2011.

Vale notar a semelhança dos rostos das Três Graças: Tália, a que traz flores; Aglaia, brilho e esplendor e Eufrosine, júbilo e alegria.
A obra de Boticelli está na Galleria degli Uffizi em Florença.
As três Graças (Aglaia, Talia e Eufrónsina), símbolos da sensualidade, da beleza e da castidade. Mais à esquerda encontra-se Hermes dissipando as nuvens, fechando esse ciclo mitológico. Para a filosofia platônica, esse ciclo é a ligação ininterrupta entre o mundo e Deus, e vice-versa.
As Graças (Cáritesna Mitologia Grega) são as deusas da dança, dos modos e da graça do amor, são seguidoras de Vénus e dançarinas do Olimpo.

E a partir do Renascimento as Graças se tornaram símbolo da idílica harmonia do mundo clássico.
Graças, nome latino das Cárites gregas, eram as deusas da fertilidade, do encantamento, da beleza e da amizade
Eram filhas de Zéus e hera, segundo algumas versões.


História do Mito:

restos de uma escultura grega


As Três Graças, mito renascentista, foi "herdado" da Antiguidade Clássica, da Grécia antiga.
A cultura romana não lhe fdeu grande importância, aparecendo apenas em Pompeia uma figura.

As Graças (Cárites na Mitologia Grega) são as deusas da dança, dos modos e da graça do amor, são seguidoras de Vénus e dançarinas do Olimpo.Segundo algumas versões, eram filhas de Zéus e de Hera.
Eram as deusas da fertilidade, do encantamento, da beleza e da amizade.

E a partir do Renascimento as Graças se tornaram símbolo da idílica harmonia do mundo clássico.

Aparecem pela primeira vez representadas no quadro de Sandro Boticelli, intitulado "Primavera" (1482).

Vénus no centro do quadro protege a três graças Aglaia, Talia e Eufrosina -ou três virtudes que seriam: beleza, castidade e sensualidade ou prazer.


Outros tentarão representar essa união ao longo dos tempos, de várias maneiras, reflectindo estilos, épocas, modos de vida e tipos de beleza da mulher muito diversos. Na tela como na pedra.

Deixo algumas imagens desta evolução.

Sandro Boticelli (Florença 1445 –1510)


Rafaelo Sanzio (Urbino 1483- Roma 1520)


Lucas Cranach (Kronach 1472 – Weimar,1553)


Hans Von Aachen, pintor alemão (1552-1615)

Rubens, pintor flamengo (Antuérpia1577 -1640)
Charles Van Loo, pintor francês (1705-1765)
Antonio Canova (1775- 1882), Hermitage, S. Petersburgo
Georges Watts (França, 1817-1904)



E, para terminar, Picasso e "les Demoiselles d'Avignon", a versão das "Graças" do século XX


5 comentários:

  1. Três corpos realistas, não escondendo a verdadeira luminosidade feminina...

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  2. Também tive a sorte de vislumbrar este quadro. A beleza é imensa mas das três graças a que me deslumbra mais é a do meio devido à maior graciosidade.
    Feliz Natal!
    Obrigada pelas palavras presenteadas no meu espaço.
    Beijinho!

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  3. MJ Falcão,
    Refiro-me no comentário anterior às de Cranach com que iniciou o post. Não vi as outras imagens mas agora que posso visualizar todas não posso deixar de falar nas de Botticelli de "Primavera" que me maravilham.
    Beijinho.

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  4. Muito interessante. Faltam algumas legendas e é pena.Está claro que os grandes artistas também se copiam uns aos outros, mas pondo o seu selo pessoal,e às vezes é melhor a cópia que o original ( não é o caso, por exemplo,de Rubens em relação a Hans Von Aachen, penso).Beijinhos

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  5. Consegui!
    Tentei 3 vezes e 3 vezes o "blogger" pôs o que lhe apeteceu e "censurou-me" (modo de dizer) o texto. Teimosa como sou, voltei a tentar - e CONSEGUI!
    Porque achei que era interessante comunicar o que tinha encontrado sobre estas figuras, sobre a beleza ao longo dos tempos, sobre a vontade de fixar um ideal, de o revelar...
    Obrigada pela vossa paciência!!!
    Mas "elas" merecem!
    Bom natal

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