quarta-feira, 9 de março de 2011

Lojinhas, livrarias e livros pelo Porto fora...


O Porto é uma cidade viva, onde é bom viver, penso. Num pequeno percurso encontrei todos os cantinhos possíveis bons para parar, ver, comprar -ou não- mas olhar com prazer em redor de si o que se passa.


Por curiosidade, deixo-vos um imagens de um passeio que fazia quase diariamente, sempre na zona que melhor conheço, onde fico quando lá vou, a Cedofeita...


Começo pela Rua dos Mártires da Liberdade.

Ali, a meio da rua, está a antiga "Livraria Académica- Alfarrabistas" e as suas duas vitrines cobertas de livros bons.

Todos a 5 euros de um lado e a 10 euros do outro!

Fiquei triste por ver como os livros tinham "descido" tanto... Depois explicou-me uma amiga que era normal porque eles compravam tantos que podiam pô-los a esse preço, o que no fundo era bom para os leitores com menos posses.

Achei bem. Havia muitos livrinhos de Camilo, da colecção - em percalina vermelha- da Parceria António Maria Pereira...

Tentou-me "O Bem e o Mal" que o meu pai me ofereceu no dia dos meus doze anos...

Virei à esquina, na Travessa da Cedofeita...
Entrei nesta loja - "Projecto Alecrim"- que me pareceu uma espécie de loja de Ali Babá, cheia de objectos que me atraíam, cheios de cores, de brilho e de luzes.


Afinal, eram objectos usados e "renovados", pintados de novo, transformados noutros objectos com outros "usos"...


Falei com a jovem proprietária que estava a pintar uma mesinha, lá fora no pequeno quintal cheio de sol.


Queria saber por que o fazia, se tinha um curso de pintura ou artes porque achava que as cores e os matizes que escolhia para tornar novas e atraentes velhas cadeiras e mesas desconjuntadas que colara, armários que eram outra vez novos, candeeiros pintados em novos tons...


Riu-se e disse-me com simplicidade que era formada em filosofia...


Acabei por rir com ela. Concluímos que transformar o usado, gasto e feio em coisas bonitas e dar-lhes uma nova vida era uma óptima filosofia!
(ao fundo, o quintalinho-atelier da menina filósofa)

Descendo, vejo a montra da "Livraria Lumière" e, atraída pelos livros que lá estão, entro logo.

Há anos que não via um livro de Valle-Inclán numa montra! E as "Sonatas" que tanto gostei de ler.

Sonata de Outono...


E tantos livros de Branquinho da Fonseca!

Quando lá entro, não resisto e compro sempre livros...


Espaço cheio de livros, conversa agradável com as suas duas proprietárias, as jovens livreiras, Alexandra e Cláudia (licenciada em Sociologia, que há uns dez a nos se dedica apenas aos livros!), um cafèzinho da máquina e olhares pelos livro, pelas revistas de B.D (aos quadradinhos, dizíamos nós...), pelos velhos discos de 78 rotações (mas para quê comprá-los? Já não uso senão CDs...)

Olho a estatueta fantástica de Fernando Pessoa (em arame?) faz-nos companhia a ler o eterno jornal...


Saio, vou dar uma volta e páro em frente da montra maravilhosa da "Collectus", onde há de tudo o que se possa imaginar: selos e tampas de caixinhas de fósforos do Japão, de Macau, de todo o mundo!

Revistas e postais de outros tempos, com a as actrizes glamour com que sempre nos "identificávamos"...

Geralmente compro ali uns selos para o meu tio, grande coleccionador de selos e de tudo!


Continuo pela Travessa da Cedofeita abaixo...


Viro lá ao fundo à esquerda e vou agora pela Rua da Cedofeita. E eis-me na Praça Carlos Alberto, com as suas árvores a florir...

Entro na rua que sobe à esquerda, a Rua das Oliveiras, e entro na pequenina livraria "Poetria".

Depois, no "Alfarrabista João Soares", mesmo ao lado...

Mas logo volto para trás, à procura dum sítio onde me sinto como em casa, onde tenho amigas e onde sei que encontro os livros de que gosto!

Os romancistas ingleses, Dickens ou Charlotte Brontë, Jack London, Stendhal, Salinger, John Steinbeck, Truman Capote, Wilde e "O retrato de Dorian Gray", Scott Fitzgerald e a magnífica "Década Perdida" -estão ali à minha espera!

E o cantinho dos livros policiais da Vampiro, da velha Caminho-policial, as colecções de ficção científica...

Lá dentro estão a Cláudia e a Alexandra, as "guardiãs do templo"... Digo-o com ternura.


E descubro um dos livros que mais me impressionou nos últimos tempos: "A sangue frio", de Truman Capote!

E outras "maravilhas"...
Livros, livros, livros!

Ou, como o título de um livro de João Gaspar Simões: "Literatura, literatura, literatura"!

Olhar os livros, saber que alguém ainda pensa no futuro das novas gerãções: os livros são para elas também...
Que boa sensação!

Continuo passeando, passeando tranquilamente, a olhar as montras: é bom andar no Porto...

P.S. Depos de ver o "post" achei que as fotografias do meu telemóvel desta vez ficaram "alongadas" quando as ia "arrastando" daqui para ali... Parecem umas "fotos-à- modigliani "(salvo as devidas distâncias, claro!)...

5 comentários:

  1. ola! nunca tive a oportunidade de conhecer o Porto, mas atraves desta tournee de livrarias, tive uma pequena visao.. é interessante a cidade de facto!E, pelos vistos, cheia de cariz literario.. beijo amiga continua a fazer este excelente trabalho! ;) martyliana

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  2. que viagem interessante e fantastica.... :)

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  3. Obrigada às duas!

    OH! Marty! Tens que vir um dia comigo...

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  4. Que passeio a-bso-lu-ta-men-te invejável!!!

    Não conheço o Porto.

    Um abraço

    Isabel

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  5. Conheço um bocadinho do Porto...fiquei com vontade de visitar lugares tão singulares!
    Beijinhos Maria João, é tão bom ler o que escreve, parecia que a estava a acompanhar...

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