segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Blogue fechado para obras... Dentro da cabeça!

A cabeça cansou-se de pensar, pois tanto escreveu que tresvariou. Agora fecha tudo para recuperar...

Tentações de Santo António, de Joos von Craeebeck

domingo, 29 de setembro de 2013

UM BOM DIA! VAMOS VOTAR!

Hoje escolhi estas borboletas vermelhas e a maravilhosa (e optimista!)  canção de Louis Amstrong: "What a wonderful world!"
 Porque é um belo dia, porque podemos ir votar. 
Porque ainda temos a liberdade da borboleta, em voar. 
Porque ainda temos a voz de Amstrong, mesmo que não seja tão boa...para cantar!
E lembro a frase histórica, a do chefe Sioux, Crazy Horse, na manhã da batalha de Little Big Horn, em 1876:
"Eis uma bela manhã para morrer!"
Ia defender a liberdade dos Lakota-Sioux, o seu povo, contra os soldados do exército americano chefiado pelo General Custer. 
Vários chefes índios se unem nessa batalha. E vencem. Custer morre. Cavalo Louco, o chefe do toucado de penas vermelhas de gavião, sobrevive. É livre.
Chefes Sioux

É verdade que, no ano seguinte, Cavalo Louco, tem de se render ao General Brooks, para salvar o seu povo da fome. Mas isso é outra história! Cavalo Louco aceita ser conduzido a uma Reserva. Mas, desta vez, é respeitado!



http://guerreirossioux.blogspot.pt/2012/08/palavras-dos-indios-norte-americanos.html

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

As "banalidades" monstruosas da existência ... ou mais um poema de Irene Lisboa...

Viktor Vasnetsov, o Príncipe Igor depois da batalha


Banalidades vulgares? Sim. Ou como bem o disse Régio: "monstruosidades vulgares", título de um dos volumes do grande romance (tão, injustamente, pouco lido!) "A Velha Casa"... 

Porque nos versos deste seu livro (1), Irene Lisboa fala da banalidade monstruosa, do doloroso dia a dia, do mal-viver e da guerra, nas nossas vidas! 

E no mundo! 
Jan Vermeer, Alegoria da Pintura (pormenor), 1666

E tudo tão real, tão verdade e tão duro o que ela escreve! Como a Arte o deve ser: um chicote que aponta, e a palavra, um punhal.

E os versos de Irene Lisboa  arrepiam por vezes.


Rogier Van der Weyden, São Jorge e o Dragão


O ódio? A guerra? Matar? Morrer? 

Basta olhar as páginas dos jornais, abrir a televisão e é ódio, sangue, guerra, guerra, guerra!

Guerra de todos os géneros, de frente-a-frente, às escondidas, guerrilha urbana, bombas que explodem no meio de inocentes, mártires-kamikazes dispostos a matar e morrer por acharem que é guerra-santa! E, nessa Jihad (2), morrendo mártires, terem 7000 virgens, depois, no céu?! 

(Desculpem a ironia, mas, como diz um amigo meu: "Já pensaram que 7000 virgens equivalem a 7000 sogras!")

Mas nenhuma religião exige isso! Nenhum Deus exige ou desculpa o “irreparável”!

Ilya Repin, Ivan o Terrível, que, num ataque de fúria, comete o irreparável e mata o filho

Não há guerras santas para ninguém, chamem-se cruzados ou mártires da Jihad. Ou outro nome qualquer.

E há quem meta as crianças nisto tudo a combater! Meninos-soldados, soldadinhos de chumbo com idade de brincar, meninos-assassinos...
soldadinhos de chumbo

As guerras são consideradas “santas” por quem as faz ou quem as manda, porque lhes convém fazê-las–  é o seu interesse, apenas! 

Nunca a pensar no interesse dos mais simples, dos que não ganham nada com a Guerra. Os que, tal como o soldadinhos de chumbo, da história de Hans Andersen, são feridos ou morrem.

Vasnetsov, Cavaleiros nas Cruzadas

É para defender isto ou aquilo de um “poder” ou de um “senhor da guerra” qualquer - recorrendo ao argumento da soi-disante defesa da religião “em perigo”, servindo-se da ignorância e de lavagens ao cérebro! 


"Quem brinca aos soldados?

Eles todos."

A caminho de um Apocalipse qualquer...


Viktor Vasnetsov, Apocalipse


Ora leiam o poema que se intitula BANALIDADES 2

“A canseira dos tambores.
Exércitos de crianças?
E de velhos?
O vento traz-me os sons.
E com os sons os passos que adivinho, o ritmo.
As marchas à roda, ou de uma parede para
A outra.
Os sons parece que têm cabelos que se desgrenham.
 Quem brinca aos soldados?
Eles todos.
Um infinito anónimo.
Não tem ódio, mas querem tê-lo.
Que bebedeira!
Quem é o inimigo?
Qualquer. Qualquer!
Mas há ódio, há ódio, ódio!
Todos anseiam por o ter.
É encher, corações!”


Deus? O que faz Deus nisto? Deus - se Deus existe- nunca mandaria fazer a guerra, nem matar inocentes. Ou, quando muito, apenas metaforicamente...

O homem? Ah, esse é  que sim!

 “Que bebedeira!
Quem é o inimigo?
Qualquer. Qualquer!”

Sim, inimigo qualquer serve. Até mulheres e crianças...

Picasso, Guerra

Guerra santa? E as armas para vender? E os  traficantes delas? Que coisa melhor do que chamar ao “ódio”! Racial, religioso, social!, tanto faz...

Paolo Ucello, Battaglia di San Romano

E Irene diz, lúcida: “Não têm ódio, mas querem tê-lo.” 

Criam-no, inventam-no, impingem-no nas cabeças menos esclarecidas.

“Mas  há ódio, há ódio, ódio!
Todos anseiam por o ter.”

Que importa quem matam? Podem ser mulheres ou crianças... 

“É encher, corações!”

Paolo Ucello, a virtude da Esperança


Por que não olham a beleza? por que não a imortalizam na Arte? Por que não guardam a esperança?
E penso em Paolo Ucello que, se pintou a guerra, soube igualmente pintar a Esperança...

E volta-me a imagem de beleza de Vermeer de Delft. Ah! Se, ao menos, olhassem...

Alegoria da Pintura


(1)
"Outono havias de vir", João Falco, 1937

(2)
"A Jihad" : Já agora, para não morrermos burros, vejamos:
A Jihad aparece referida nos escritos de Maomé. Uma é a a "Jihad Maior" – descrita como uma luta do indivíduo consigo mesmo, pelo domínio da sua alma; e a outra era a "Jihad Menor", descrita como um esforço que os muçulmanos fazem para levar a teoria do Islão a outras pessoas.” 

A verdadeira  Jihad, tal como Maomé disse,  a Jihad Maior, é a conquista de nós e da nossa alma e não a guerra, ou a luta contra os outros. E os muçulmanos distinguiram-se por serem de grande abertura às outras culturas. Basta pensar no seu contributo para a Arte, ciência, arquitectura.  De cujos ensinamentos nós, portugueses, beneficiámos...
E, igualmente, defenderam a Cultura clássica, "salvando" as obras da Grécia antiga, quando os "bárbaros" da cristandade medieval os queriam destruir.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Azeitonas na minha varanda...






Uma mulher forte...

“Sons.
Som do vento, reboado, manso, grave, contínuo.
Passos lentos, leves..."
Irene Lisboa/ João Falco, "Outono havias de vir"


Claude Monet

Apoiava a cabeça na mão, de olhar perdido nas chamas. O livro de poesias caíra-lhe do colo e ali estava no chão, aberto na página que lia.

Remexia as brasas da lareira com a velha tenaz ou com a pá de ferro que servira tantas vezes para queimar o leite de creme, o creme brûlé da minha infância.

Sentiria ela o cheiro do açúcar queimado de outros tempos? Ouviria, como dantes, o ruído da pá ardente sobre o creme de gemas bem amarelo - que logo virava cor de caramelo?

O que pensava, nesses momentos de silêncio, absorta e com um ligeiro sorriso nos lábios,  a minha mãe?


Parecia-me ver-lhe os olhos brilhantes. Chorava? A minha mãe eu nunca a vi chorar. Era uma mulher corajosa.

Lembro, no entanto, os gritos de desespero quando voltou à Serra, depois de o meu pai morrer.

Vínhamos do cemitério e não esqueço o olhar de quase ódio que lançou em seu redor. Como se renegasse aquele espaço.

Pressentiria ela a solidão que ia ser a sua? Calara-se depois, pálida, num espanto silencioso. 
Carlos Schawbe, A morte do coveiro

Teria medo?
Não, ela era uma mulher forte.


Frederico Faruffini (1831-1869), "A leitora"

Depois... Bem, depois as chamas, o vento a zunir, no Inverno, e o sussurrar das folhas dos salgueiros, na Primavera, fizeram-lhe companhia. E os livros empilhavam-se à volta dela, desarrumados. 

- Voltei a decorar poesias. Não quero perder a memória. 

Poucos dias antes de morrer, estávamos as duas no quarto, quis levantar-se e levou-me pelo braço, até à janela. 
Apontou o céu e as árvores, altas e esguias, em frente da casa.



- Olha os salgueiros tão bonitos. Não gostas? E a magnólia!...

Eu gostava. Acrescentou, com um ar que me pareceu tranquilo, quase feliz.

- Mandei-os plantar eu. Não queriam. Porque os salgueiros iam roubar a água ao resto do jardim... 

Sorriu.

- Não me importei. Sabia que os salgueiros se desenvolvem facilmente. E eu queria ver as minhas árvores crescer depressa!...E agora vão ficar por cá.

Era uma mulher forte a minha mãe. 


"Com passos lentos,
leves, meditativos, atravesso
eu a mata.” 

fotografia cedida pelo amigo Raul A.M. (que era muito amigo da minha mãe)

Estes versos melancólicos de Irene Lisboa, neste dia de Outono suave, lembraram-me a sua solidão e a sua força, o seu amor ao campo e à natureza, numa certa forma de paganismo estóico.


Os versos são de Irene Lisboa/ João Falco, "Outono havias de vir" (1937)

domingo, 22 de setembro de 2013

Fruta de sempre...






Bom dia!


Para a Isabel...


Chegou (pelo calendário) o Outono...Algumas banalidades de João Falco -que doem...


Paul Cézanne, árvores

IRENE LISBOA / JOÃO FALCO EM "OUTONO HAVIAS DE VIR"


BANALIDADES
(...)

3

"Não quero, não quero...
E a canga cai-me em cima.
Mas por que é que não hei de querer, que tenho
 eu em não querer?
Rebelião, ambição?
Que veleidade!
Mais uns diazinhos, uns meses...
E tudo esqueço, adormeço, ou soterro.
A navette dos caminhos, a fatalidade dos passos,
Dos gestos, das distâncias...
Grandes poderes!"

Escreveu a grande Irene Lisboa (João Falco) em 1937. Tão actual, não é?...

Os (mesmos) poderes...
"Não quero, não quero...
E a canga cai-me em cima."

A revolta?
"Rebelião, ambição?
Que veleidade!"

Tudo passa, tudo esquece...
"E tudo esqueço, adormeço, ou soterro."

Oh, sim...os grandes poderes!
"A navette dos caminhos, a fatalidade dos passos,
Dos gestos, das distâncias...
Grandes poderes!"

Como tudo é sempre tão actual, nela!


sábado, 21 de setembro de 2013

Desistir? Não, nunca! Temos que continuar a imaginar a Cidade Ideal!



Há  tempos, desiludida, comecei a pensar que não valia a pena falar, escrever ou intervir, nem indignar-me, porque o vazio da resposta à volta era sempre o mesmo. E a cidade ideal quando será real?

E as vozes de algumas sereias a sussurrarem: "Ai, não vale a pena...."

Queria resultados mais rápidos? Claro que queria. 


E dizia para mim: “Não sou eu que vou mudar o mundoPara que me ralo? Mais vale calar-me e deixar andar”, pensava eu, com um pouco de amargura.

O tempo foi passando, entre a desentusiamo com o que se passava em roda e o fingir que não via nem ouvia, num morno desencanto. 


Nada muda do dia para a noite, dir-me-ão. Mas já lá vão muitas noites e o dia nunca mais aparece!

"Talvez seja a culpa do Verão"..., pensei ainda. Talvez, quem sabe?

Depois vieram os amigos, escreveram os amigos e senti-me melhor. 

Conversar do que passou nas nossas vidas, e foi bom, faz bem à alma. Se passarmos a vida a olhar para trás, a pensar só nisso e a sofrer, ah! então só faz mal à alma.


Quero contar-lhes que li uma coisa que me dispôs bem e me deu ânimo.
Perguntarão: "alguma coisa se mexeu na podridão do Reino da Dinamarca?"

Não, no reino da economia e do dinheiro selvagens, na concorrência vergonhosa (desleal já é pouco dizer...), na falta de respeito pelo ser humano cada vez mais fragilizado não se passou nada. 

O ser humano foi jogado ao chão como um boneco que não serve!


Joachin Sollora, Pobreza

Bem, no Reino da Dinamarca  de cá, nada mudou mesmo. O boneco continua no chão... 

Mas ouvir falar do que se protesta noutros reinos já é bom.

Estou farta de ouvir falar dos ricos que enriquecem cada vez mais na crise e na classe média que, de média, passou a baixa, e de baixa passou a pobre; das gentes a quem não deixam dignidade; das pessoas que cada vez mais vão comer a sopa que dantes era dos pobres... 

Como aceitar?!
Pessoas na cidade do Porto, à espera de comida (*)

Ontem mesmo, vi uma imagem no FB que me arrepiou: uma fila de gente (novos, velhos, desempregados, reformados) que esperavam exactamente isso que estão a pensar: a sopa dos pobres. 

No Porto, na cidade-nação de que nos orgulhamos, no Porto industrial (?), do dinheiro (dinheiro de quem?)! É chocante e vergonhoso!


Disfarçando a pobreza, num Carnaval

E as notícias giram, sensaboronas,  à volta do que dá audiências, dos escândalos, das histórias de "maria-não-me-mates-que-sou-tua-mãe" - para adormecer quem vem cansado do trabalho- ou das publicidades enganosas que defendem o dinheiro dos patrões deles... 
Ou a mostrarem os pobres à hora do jantar: à hora em que ninguém vai pensar nisso, entre uma garfada, um olhar de esguelha à TV e uma ida à cozinha buscar a coca-cola.


outros pobres, outras terras (net)

Como suportá-lo?!

Bem, foi no Nouvel Observateur que li a editorial do seu director, Jean Daniel, que leio há anos e que muito admiro pela coerência e equilíbrio dos julgamentos e das suas opiniões bem fundamentadas.

Falava do projecto de um Nouvel Observateur “renovado” -  na modelação das ideias, na preparação dos conteúdos e não no formato - que é o mais fácil. Falaria de um N.O. “revoltado”? Não, porque já há 50 anos que o é.

São apenas necessários "arranjos", acertar algumas "agulhas". No fundo e não na forma... 

E Jean Daniel refere o novo projecto (já em curso, a partir deste número), citando as palavras do chefe de redação, Laurent Joffrin.

O seu projecto? Contra a crueldade da economia, uma sociedade humana. Contra as loucuras do famatsmo, uma sociedade da razão. Contra a confusão mediática, uma sociedade do escrito, seja ele impresso ou numérico (...).”


Respirei fundo. Alguém ainda está a pensar...

E respirei fundo: ele referia a importância da opinião “séria”, medida, pensada, apoiada em documentos. Com jornalistas que escrevam a verdade, e se informem! E recusava o uso da “opinião descartável”, como o papel A4, ou as fraldas...

E eu de acordo com eles, feliz da vida, claro! 
por que razão há cada vez mais ricos?

Porque a verdade é que, quando a informação se torna numa coisa descartável, que caduca e  apodrece em segundos, logo que chega uma nova informação toda fresquinha, por vezes oposta, a sair, incompetentemente feita e descartável logo...
Informação que, tão perecível  como a anterior, porque opinião sem opinião, não fundamentada,  vai  caducar em três tempos - então, temos que voltar à opinião pensada, ao tempo de reflexão. 

Digam-nos coisas sérias! Façam pensar quem não pensa, ilustrem os ignorantes!

a pobreza é fatal como o destino?

Num mundo em que todo o gato tem uma coluna a dar a sua opinião, mesmo sobre aquilo que não sabe (aqui no nosso reinozinho, há tantos!) – é bom que apareça o artigo sereno, preparado e que nos dá tempo a formar a tal opinião nossa, que hoje  anda, vagabunda...

Que nos faça as perguntas certas. Ou nos ajude a encontrar as respostas que não nos dão...

“Quando a informação se torna em produto que perece, abundantemente gratuita, quando o espectáculo dos sons e das imagens se sobrepõe e destrói o sentido, apelamos para o recuo e distanciamento necessários, para o passo atento e reflectido, para a leitura silenciosa longe da cacofonia mediática”.

Uma nova vida?, pergunta Jean Daniel. Pelo menos muitas coisas novas que vão num bom sentido: "acerto, enriquecimento dos assuntos e das opiniões, aperfeiçoamento. Renegar o que se fez? Nunca, porque os ideais nunca se renegam.”

Parabéns pela decisão e pela consciência! Bem, e obrigada! Deu-me um certo alento...


(*)http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt/2013/09/assim-vamos-na-sopa-dos-pobres.html

Ainda as questões de pele: o Ratinho e a pele do leopardo...

A pele do leopardo...


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Morreu o crítico literário alemão, Marcel Reich- Ranicki. Aprender até morrer!



 Marcel Reich- Ranicki nasceu na Polónia em 1920. Cedo, foi viver com os pais para Berlim. Frequentou um dos mais famosos  liceus de Berlim, o Fichte Gymnasium. 

presentou a candidatura à Universidade de Berlim, a Humboldt, em 1937, candidatura que foi recusada por ser judeu. 

Em 1938, é deportado com a família para a Polónia - para o Gueto de Varsóvia. Aí conheceu a mulher, Teofila (a quem chamava com o diminutivo Tosia).
Félix Naussbaum, Judeu no campo

Em 1943, conseguem fugir os dois do Gueto, evitando a ida para os campos de extermínio.
Os pais de Marcel e o irmão morreram em Treblinka.

Holocausto, do pintor israelita Dorin

Ele e a mulher viveram o resto da Guerra, na Polónia, escondidos em casa de uma família de não judeus, pessoas simples - que os ajudou.

Entretinha-se a contar a estas pessoas, que os protegeram, as histórias do Rei Lear e outras histórias de Shakespeare e de Goethe, e dizia poemas em voz alta para não os esquecer.

Quando a Guerra acabou, trabalhou uns anos na Embaixada da Polónia em Londres.

Depois voltou à Alemanha em 1960 onde foi crítico literário do Die Zeit até 1973. De 1973 a 1988 dirige a redacção da página literária do diário Frankfurter Allegemein Zeitung.

Durante anos teve um programa na televisão e era ele que "criava" e "destruía" os génios da literatura alemã.

Uma espécie do Bernard Pivot, francês, mais o seu "Apostrophes" e depois o "Bouillon de Culture".

Morreu no passado dia 18 de Setembro.